segunda-feira, 30 de julho de 2012

Contrastes

Somos diferentes. Somos opostos. Opostos unidos por princípios, acima de tudo unidos num corpo e conjunto neuronal. Filosofias que roçam o igual ao oposto por estilos de vida levados. Somos adolescência e vida adulta. Somos o início e o fim, o fim e o início.
Hoje descrevemo-nos, as duas.

Eme's | Dorothy

Não sabemos como virámos opostos. Como largamos os ténis para os saltos altos; como deixamos as festas para falar de política; como deixamos as manifestações para meditar à beira mar. Mas a verdade é que assim o é, assim acontece e se dá o contraste e diferença.
Um dia de ténis, a falar de liberdade, beber vinho carrascão e levantar pó a dançar | Um dia de saltos, a falar do Governo, beber Martinis numa esplanada com bom aspecto, a usar o Sr. Dr. como referência a quem está connosco, escrava de uma plena títulocracia.
Como passamos de menina a mulher em dois segundos, tão iguais e tão diferentes.
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Chamam-me Eme's, sou algo passada e psicótica. Gosto de calma, de meditar, de olhar a natureza para me inspirar. Gosto de dançar descalça em terra batida, aproveitar o mundo e não pensar no dia seguinte.

 
Quero viajar numa pão de forma com amigos pelo mundo fora. Sou miúda, sonhadora.

Kisu,
Eme's
 ~ ♥ ~

Chamam-me Dorothy, sou algo frenética e faladora. Gosto do frenesim de uma grande cidade, de esplanadas caras e qualidade de vida. Aprecio boas discussões, planeio um futuro concreto, uma profissão fixa, um trabalho apaixonante. Sou focada, concentrada em chegar a objectivos máximos.

Quero ver grandes metrópoles, museus, saber, conhecer. Sou mulher, futurista.

X.o.x.o,
Dorothy.

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Por isso, a que conclusão vamos dar? Temos medo do futuro, não querendo abdicar de nada que a do lado queira. Será que temos medo de crescer?

Dar a mão

Foi para isso que vim ao mundo. Para dar a mão aos meus, para apoiar quem precisa, para limpar lágrimas e dar amor. Amizade é uma forma de amor tão incondicional como qualquer outra. É um amor brutal e verdadeiro, muitas vezes muito mais inquebrável do que o amor gerado pela paixão incessante. Não tem preço, exclui o valor, e valida a existência de qualquer humano que a tenha. Vale a pena, vale muito a pena.


Estou aqui para dar a mão, para não deixar cair, para amparar quedas, ouvir desabafos, dar conselhos, registar momentos - grandes momentos.
Eu vim cá abaixo para vos dar a mão, por mais força que precisem para aqui ficar, eu vim cá abaixo para vos dar a mão.
Beijinhos,
She versus Say

sábado, 28 de julho de 2012

Mau humor

Voltam a não ter noção do quanto custa, ou do quanto dói. Voltam a não ter noção da falta que fazem; ou do quanto contávamos com eles. Falha-lhes a noção do aperto que provoca, do quanto custa deixar ir ou sair. E mais, o quanto custa sair dali e não ver luta de qualquer parte para ficar. Apetecia-me fazer uma giga-joga com aqueles pensamentos, um labirinto de tal forma irónico e sarcástico que os deixaria baralhados e magoados. Magoados como eu fiquei; um pouco mais consoante vos via a ir. Um por um... Queria ser má, a real cabra que sou com outros. Mas não consigo...

Aprendi ao longo dos anos a contar com pouco, mas com bom. Este vai dedicado, direitinho a mais que uma pessoa; susceptível a que seja lida por quem quero que seja atingido. E espero que vos deixe no estado em que a mim, as confusões que me deixaram na cabeça, me doem.
Já aqui debati por várias vezes a mudança das pessoas, que mesmo assim por vezes me soa igual à mítica discussão sobre o sexo dos anjos. E não é que mais uma vez, o drama instalado se baseia nisso de novo? Na mudança do humano? No que repentinamente se afasta, no que repentinamente é outro, no que repentinamente te usa. Já vos disse para assumir o número de polaridades que têm, de uma vez por TODAS?

Estou seriamente irritada convosco, pessoas que fizeram de mim refúgio; que fizeram de mim apoio; que fizeram de mim despejo; que fizeram de mim 30 por uma linha - Parece que assim que me moldo, e me endireito para conseguir suportar todos os pesos de forma equilibrada, alguém salta; e olha, instabilidade de novo. Sabem o quanto custa? E mais, o quanto custa saber que o fazem deliberadamente e nem se preocupam?
Cada um que me virou costas, voltou a chorar. Cada um de quem me afastei e nem reacção obtive, voltou a chorar. Por isso vos digo hoje, em pleno ataque de raiva e drama, que no dia em que tiver valor de mercado de novo, vão perceber finalemente a cabra que sou.
E esperem, que vão ver o que é a queda do Muro de Berlim em 3 passos.


asteRiscos,
Rose

sexta-feira, 27 de julho de 2012

«We are the wild youth...»





«Shadows settle on the place, that you left.
Our minds are troubled by the emptiness.
Destroy the middle, it's a waste of time.
From the perfect start to the finish line.

And if you're still breathing, you're the lucky ones.
'Cause most of us are heaving through corrupted lungs.
Setting fire to our insides for fun
Collecting names of the lovers that went wrong
The lovers that went wrong.

We are the reckless,
We are the wild youth
Chasing visions of our futures
One day we'll reveal the truth
That one will die before he gets there.

And if you're still bleeding, you're the lucky ones.
'Cause most of our feelings, they are dead and they are gone.
We're setting fire to our insides for fun.
Collecting pictures from the flood that wrecked our home,
It was a flood that wrecked this...

... and you caused it...
(...)

Well I've lost it all, I'm just a silouhette,
A lifeless face that you'll soon forget,
My eyes ae damp from the words you left,
Ringing in my head, when you broke my chest.
Ringing in my head, when you broke my chest.

And if you're in love, then you are the lucky one,
'Cause most of us are bitter over someone.
Setting fire to our insides for fun,
To distract our hearts from ever missing them.
But I'm forever missing him.

And you caused it (...)»
                                           Daughter - Youth

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Violino de Auschwitz

Arrepiante, brutal, fascinante, consumidor.
Acabei de o ler com o coração nas mãos, uma lágrima no canto do olho e arrepiada, muito arrepiada.


Só demonstra que de facto a música nos agarra a todos à vida, nos suspende o pensamento em locais horríveis, sejam eles psicológicos com físicos. Só demonstra que é de facto, a melhor defesa.


«Mais do que uma ode à música enquanto instrumento de resistência à barbárie, (...) é uma lição de harmonia. E  este seu violino, o arquitecto do prazer, da fraternidade, da Humanidade.» LE FIGARO


Beijinhos,
She versus Say

terça-feira, 24 de julho de 2012

Cair da cama...

Bom dia!
Depois de 3 noites e 4 dias fora, numa quinta com piscina, cavalos e uma Harley Davidson para lhe satisfazer os caprichos, a minha cara Liliana, estimada irmã do volta ao activo. Confesso, trazia saudades já; habituo-me a ter aqui a presença dela. Eu quase de férias, completo hoje a última luta; e como a minha luta só começa às 19 horas, deitei-me eram 5 da manhã, isto numa de... Maximizar o tempo. Embora como já todos sabem, eu seja amante de dormir, se a gaja cai da cama, eu caio com ela - obrigatoriamente.

Seja, bom dia terça-feira. Cheguei!


Beijarolas e sorrisos,
Morena

domingo, 22 de julho de 2012

Sexo | Amor

Meia dúzia de vozes juntam-se, e mais uma vez não escapando à regra, cai em sexo. Ora pois claro! Esta malta é toda doida, mas depois a perversa incurável sou eu!

Falava-se de amor, de borboletas na barriga e olhares apaixonados. De como é bom ter uma alma estável ao nosso lado, que nos atura as patites de nível grave. De como é bom amar.
Logo de seguida segue-se o tema sexo, na sua essência. A junção de corpos e vontades comuns, o acto sexual em si.
Meia dúzia de bitaites atirados, e chega o real debate, o que quero partilhar aqui. 


As teorias eram algumas, mas resumi tudo nestas:
 

"Eu só faço sexo"
R1: É, tu és um campeão! 0% sentimentos, é à bruta, com força e sempre a aviar!
R2: (Gargalhadas) Ela tem razão! Todo tu és só kamasutra e one night stands.
R3: Engatatão do c*r*lh*.



"Eu só faço amor"
R1: Opá cala-te, tu és comprometida, e estás lamechasmente apaixonada;
R2: Quero-te ver solteira, a ver se só fazes amor!
R3: (Gargalhada) Mas espera lá, fazes amor e nascem corações?!



"Vocês são é todos parvos, bom é sexo com amor"

Houve conversa, mas este foi certamente o remate.
O defensor da primeira teoria teimou na razão dele; não há amor, apenas há sexo, suor e palmadas. Eu cá continuo a achar que há-de chegar o dia em que ele fica de beiço por uma gaja pior que ele, que o faça perceber que afinal, as relações humanas não são preto no branco.
A defensora de segunda acho que no fim lá percebeu. Ela e o namorado estão de facto em pelo auge de paixão; embora creia que de facto muitas vezes fazem o amor... Não acredito que não se arrisquem a fazer algo mais animal de vez em quando. Mas isso é a vida deles, quem sabe. (?)
O resto da malta concordou, de facto. Notou-se muito aqui a disparidade de solteiros vs. comprometidos, homens vs. mulheres; uns que só praticam sexo por saciar necessidades, outros que o fazem porque é a única maneira de estar que têm - sem compromissos, outros que procuram amor, outros que procuram sexo, outros que procuram a junção, a mítica junção.

A verdade é que ninguém está como está por muito tempo. Talvez da próxima vez que este assunto for focado, os engatatões estejam embeiçados e a achar que o amor existe; e os agora apaixonados queiram tudo menos compromissos. A vida muda, o lado tabu de cada um muda com ela.



Beijo,
Jane.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Não há

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política.

Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Bertolt Brecht

Porque não há pior ignorante que aquele que não quer saber.

X.o.x.o
Dorothy

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Personalidade(s)

Por vezes, esta coisa chamada vida desilude-me. Não sei será ela, mas algo é. E desilude-me a pontos extremos. Não entendo as pessoas, o humanóide que aqui anda, o ser (ir)racional que passeia pela face deste planeta. Eu não percebo as pessoas; tão pouco percebo atitudes, tão pouco relações.
Sinto-me pequena, impotente, minimizada. Apetece-me ostracizar-me da sociedade contemporânea, voltar para a barriga da mãe e não aturar as personalidades múltiplas dos outros. É que eu ao menos assumo as minhas! Cá dentro pensam um sem número de neurónios diferentes, observam tudo por pontos diferentes, e analisam tudo por aspectos iniciais diferentes. Eu aviso quando a Morena salta fora ou quando é a Jane que cá anda. Eu ao menos aviso... Deixo todos preparados para este facto, o facto de ser... Mil num.


"To let myself go, to let myself flow, is the only way of being"


Sou uma gaja bem disposta, é o que me vale! É só o que vos digo, caras escassas almas que aqui passeiam! Sou uma gaja bem disposta! A precisar de férias; uma gaja bem disposta a precisar de férias e farra.


Cuidem de vocês, por favor. Porque se um dia deixar de me preocupar, fechei os olhos; ou então...

Kisu,
Eme's

quarta-feira, 18 de julho de 2012

domingo, 15 de julho de 2012

Hoje é (outro) dia.

Hoje é dia; hoje é (outro) dia. É um dia doloroso de pensar, um dia harmonioso de relembrar. Hoje é um dia com um misto tão grande que não sei como continuar.


Foi assim que cá cheguei


Por isso, hoje celebro 5 anos de Lisboa. 5 anos que esta cidade me viu chegar, pousar as malas e olhar o mar. 5 anos que cheguei de vez a esta casa onde estou, com a família com que estou. 5 anos de qualidade de vida. Hoje, é dia de parabéns! Esta terra não sabia onde raio se estava a meter...

"Olá, linha de Cascais. Cheguei para mudar de vida."

Assim foi, assim mudei. Assim conquistei uma normalidade anormal em que vivo, de que tanto gosto. Aqui fica a marca de 5 anos, dos sítios em que quero passar e já passei. 
Aqui ficam os meus parabéns à vida que construí depois de chegar de mãos a abanar. Parabéns, parabéns, parabéns. 
Um bocadinho sem palavras, um bocadinho mista, um bocadinho anestesiada.
Boa semana!


Post Scriptum: É também hoje que são marcados 6 anos. 'Já chorei a morte de uma melhor amiga'.


Beijinhos,
She versus Say

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Off.

Telemóvel. Um centro de comunicações com infinitas funcionalidades; uma dor de cabeça. 400 contactos guardados, 300 músicas armazenadas, 300 fotografias registadas, 1000 sms's. Um poço sem fundo, portanto. Até que, em tempos de crise, a malta não o carrega. 
E porque não carreguei o telemóvel, a Vodafone lá me diz que não posso realizar chamadas e enviar mensagens; e chula-me o saldo aos 50 cêntimos diários! Enquanto pode, isto é. E quando já não pode? Olha... Fode! Agora não envio, nem recebo. Resultado?

Estou off para o mundo das telecomunicações.

De uma forma como não estava há muito tempo. O Nokia em que me baseio, é agora um relógio com leitor MP3 incorporado, uma imagem de fundo bonita, teclado qwerty para enfeitar e despertador para me lembrar: Tu aí, vai estudar... E sabem que mais? Há anos que não me lembro de não enviar uma única mesagem, o meu telemóvel não toca. E sabem mais ainda? Não me tem feito falta. Menos uma dor de cabeça, em resumo.

Mas, não deixo aqui de registar o protesto contra as novas condições do meu tarifário. Ladrões, eles andam aí.


X.o.x.o,
Dorothy

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Preciso de...

Correr                  Querer                   Organizar         Escrever           Parar        Descansar            Dinheiro      Despender    Mudar                                 Completar           Acompanhar              Sentir            Desenvolver Atingir      Crescer         Gostar            Amar         Sair            Lisboa TEMPO           Saber            Passar-me                       Dançar           Ler           Sexo              Acalmar        Nada              Música           Ideias                          Saborear        Praia                                   Meditar                                Mar                 Comprar               Respirar             Boas acções            Fumar            Cair         Planear                  Sensibilidade                 Rever              Amor            Executar           Saltar            Ser                  Parecer              Tudo            Lógica               Mandar            Chegar          Assistir           Cair                  Amizade     Rock               Não            Pausas Vinho              Conseguir           Saltar Partir        Luz         Animar Buscar Apoiar
(...)
Tanta definição sem definição. Tanto que preciso, nada que preciso. Tudo e nada. Antagónico? 
- Não.


Kisu,
Eme's

domingo, 8 de julho de 2012

Criançada

É verdade que tenho uma paixão assolapada por criançada, por bebés e miúdos, por pequeninos sem preocupações, a não ser acordar para ver bonecos ao fim-de-semana, comer e xingar o juízo à malta.
É verdade que cá dentro há uma coisa gigante chamada relógio biológico que toca mais que as doze badaladas com 7 cucos a ajudar cada vez que vejo um espécime daqueles. Até me passo!
Também é verdade que sou nova, e muito consciente disso; logo, filhos? Ahahaha, nem planos, a não ser o prazo. Quero ter um rapazolas com 28, e uma menina linda, quando somar 33 primaveras vividas. Penso eu que até lá já terei escolhido o progenitor com base em 'x' características; assim como terei vivido tudo o que ainda me falta viver, errado tanto quanto possível até à data, viajado o que me apeteceu, experimentado tudo o que quiser; e acima de tudo, reunido condições para lhes dar o que se chama amor incondicional e livre de preocupações, incluindo as que mais me afligem, de estabilidade e finanças.
Por isso é verdade que para compensar o tempo que falta, afilhei 3 projectos de humanismo, com o máximo de gosto e orgulho. Não sou madrinha dos 3 pela igreja, visto que dois deles nem baptizados são, por opção dos pais, e eu cá, concordo. Limitam-se a ter uma infinidade de madrinhas e padrinhos, tios e tias babados, que lhes davam a lua se pudessem.
Dois deles estão infelizmente, longe de mim, marcam uma passagem e a certeza de ter que regressar a lugares onde vivi anteriormente. A terceira vai viver para a Alemanha não tarda, nem sei que pensar.


Impossível...


O mais velho, tem agora 5 anos. É o meu rapazola, o loiro de olhos verdes que arrebatará corações naquela cidade assim que crescer mais 7 ou 8 palmos. Está enorme; não o vejo há quase um ano, mas todos os meses pede à mãe (Grande amiga, foi mãe adolescente. Acompanhei a gravidez toda, fiz praticamente papel de pai em ecografias e análises. Uma lutadora nata.) para me ligar. Chorei da primeira vez em que me disse: As coisas eram diferentes quando estavas perto, sabes? Tenho saudades tuas, e a mãe também! Chorei pela vida, apertou-se-me o coração de uma maneira como nunca tinha apertado. Tinha saudades, tantas saudades deles... Tenho um fim-de-semana planeado em casa do meu puto e sua mãe, na cidade que me viu nascer, para breve. Vou morrer de mimos!

A do meio, a minha preciosidade, enorme também está. Tenho mais contacto com ela; os pais fazem o favor de nos visitar muitas vezes em Lisboa, matamos saudades uns dos outros, admiramos a cachopa a brincar, e lembramo-nos do dia em que ela me disse: Estou grávida, vais ser madrinha. Vivem em Évora, marca ela também a minha volta à cidade que viu a minha avó, mãe e tia nascer; e que anos imensos mais tarde, viu a passagem do meu irmão pela Universidade, e a minha, em modo escapatória. Olhos castanhos, alourada, esperta esperta esperta, e com uma capacidade social invejável, faz amiguinhos onde quer que pare mais de meia hora. 

A mais nova. 3 anos, olhos azuis como o céu em dia de Verão, loira aos caracóis, a cópia do nosso feitio. A minha avó, bisavó dela, diz que nos vê aos 3 (Eu, João e primo) nela, um bocadinho de cada um, ali, naquele meio metro de gente cheio de inteligência. Dá-me as maiores gargalhadas quando me vê. Todos os fins-de-semana corre para mim quando chego, rapta-me para a sala para brincar, e não me larga um segundo. Adora a tia nova, a Liliana, chama-lhe tia ou menina, a outra até se passa, quase derrete. 
Aqui há uns tempos, o excelentíssimo padrinho dela resolveu arranjar uma namorada, e dizer que a respectiva era a madrinha 2. Com isto, a miúda intrigada chega-se ao pé de mim, senta-me no sofá, senta-se ao meu colo e começa:



Miúda - Oh Mad'inha...
M - Diz amor... - A calcular plenamente que dali não viria coisa boa.
Miúda - O Pad'inho arranjou uma mad'inha dois a mim! Quando é que tu arranjas um pad'inho dois pa' eu também?! - Isto proferido com um ar desconfiado e sabedor, entre risos e paragens como se rir lhe fosse tirar seriedade. 
M - Vou esganar o teu padrinho.
(...)


Beijarolas e sorrisos,
Morena

sexta-feira, 6 de julho de 2012

(A)variados


Bada bin, bada boum... (Balanço direita-esquerda em modo autista na cadeira. Quero escrever sobre uma parte da minha vida que ainda não integrou estas páginas, mas integram, só pelo facto de... Vocês perceberão.)

Somos (a)variados. Nós, seres humanos. Sim, nós todos, enquanto conjunto, sociedade, globalizados, terciarizados, dependentes de tecnologia, atentos ao mundo em dois clicks. Sim, todos nós que pelo menos uma vez, já passamos a noite em branco a 'viciar' naquilo que se chama Internet.




Eu também sou, sou assim. Uma cibernauta incurável que tem uma vida em pele e osso, e uma vida virtual. As pessoas que me rodeiam diariamente cá fora, onde o mundo tem sol e não iluminação, sabem como sou; e não se importam. E os que se importavam não importam mais, porque não admito grandes bitaites sobre as minhas opções. (A tal linha, lembram-se?) Respeita o meu espaço, que eu respeito o teu. 

Ainda muitos não entendem o porquê de gostar de falar com pessoas sobre as quais desconheço a maior parte dos pormenores - regidos por nicknames, pouca informação está adicionada. Somos um tanto ou quanto anónimos. Eu gosto desta forma de anonimato, gosto desta forma de contacto, gosto de saber que pelo mundo, existem pessoas como eu, que entendem esta versão deste meu eu.


Happens


Conheci ao longo do tempo, inúmeras pessoas com quem iniciei contacto através da Internet. Conheci-as pessoalmente, e ainda conhecerei umas quantas cujo contacto está pendente. Fiz ali amigos, pessoas com quem hoje vou beber café, que hoje são amigos de confidências; Fiz ali amigos, pessoas com quem desabafo cada vez que tenho um problema, que hoje partilham tantas ou mais private jokes do que o que seria expectável; Fiz ali amigos, pessoas que me ensinam muita coisa; que me introduzem a músicas, filosofias, ideias, universos e gostos paralelos; Fiz ali amigos, pessoas que me percebem a cabeça, que hoje me falam da alma e transpõem essa conversa para paralelos infinitos, sobre os quais o tema nunca morrerá; Fiz ali amigos, pessoas que me percebem o estado de espírito pelas letras, que me fazem rir mesmo quando só me apetece partir o notebook; Fiz ali amigos de todas as formas, feitios, cores, ideologias, gostos musicais, pancadas, loucuras, falas, de mil cantos do país e do mundo.
Isto que escrevi, é para eles. Hoje :)



Post Scriptum: Escrevi aqui que sou assim, que o faço por método e racionalização, e até como forma de defesa do mundo exterior. Não implica que corra riscos e não seja adepta de conhecer gente cá fora, onde brilha o sol e não a iluminação do ecrã. Mas lá está... Personalidade Múltipla (?)


Antes de mais, antes de mais! Bom fim-de-semana a todos.


Beijinhos,
She versus Say

terça-feira, 3 de julho de 2012

Morenices. Ou modernices?

Chegou o início do mês. It's sushi time!

Sexta-feira, depois de mais uma manhã super inspirada na esplanada, com a cabeça enfiada entre Microsoft Word, Googl'asking e três enciclopédias gigantes em cima da mesa amarela do costume, percebi - Último dia útil do mês, haja dinheiro na conta bancária que agora mal o vê, desaparece.
Pois bem, era dia 29! E o dinheiro não era muito, mas era. E como prometido, liguei à mana para a informar.
Liliana: Sim, biotch linda?
Mafalda: Parvalhona, já recebi. Amanhã vamos jantar ao sushi?
Liliana: (em pleno ataque de histeria) 'bora, 'bora, 'bora, 'bora! Vou já avisar o Pê - my dear cunhas - que amanhã janto fora; fala com a Ná.
Mafalda: Combinado. Falo com ela nas aulas. Saímos ás 10, não te esqueças. Love you.
Liliana: Love you dois.
Mafalda: -.-'


Eram 20:30 quando entrámos no sushi. Optámos pelo take-away - este sábado tínhamos em mente um plano diferente de restaurante. Lindas e maravilhosas as três, super arranjadas, de vestido preto (coincidência), levamos cada uma uma travessa de sushi, e acabámos a jantar, com uma garrafa de sangria fresca para regar, à beira do Forte S. Julião da Barra a ver o pôr do sol. Se há momentos de inspiração são estes, agradeço todos os dias por ter vindo parar a morar aqui, depois de percorrer metade do país, género nómada.
Trocados os bitaites obrigatórios, as opiniões, falámos de tudo o que faltava contar e comentar.
Problemas de amor, dinheiro, saúde, família, parvoíces, frustrações; o balanço semanal, a contabilização de must do, must repeat, must correct, must (...). 
Planeamos o Verão, a passagem de ano, os aniversários das manas em Fevereiro, os festivais a que queremos voltar, a roupa que queremos comprar, a viagem obrigatória a fazer este ano, nem que seja ali ao meu lindo alentejo; Uma infinidade de coisas.
Depois, como que se uma consciência, uma noção, uma iluminação nos atingisse, paramos as três a olhar o horizonte. O mar calmo e quieto, as gaivotas a passear, a sorte que temos de estar aqui, com ou sem dinheiro, com ou sem problemas. Todas nós já vimos e estivemos muito pior. Agradecíamos a companhia, a paisagem, o sushi de que tínhamos imensas saudades. Limpámos as mentes - este foi um momento auge do fim-de-semana.




Sushi jantado, sangria bebida, cigarro fumado, fotografias tiradas para registar o momento. 

'Vamos embora, o concerto vai começar'

E aí vão elas. Concerto, malta toda reunida; uns tipos geniais musicalmente sobem ao palco. São imensos gajos, metade eles muito engraçados, tocam um género próprio de Kings Of Convenience, muito calmo, bonito. Mais tarde deixo ali ao lado uma músiquinha deles »»

Eram 00:30 quando eles se baixam em jeito de vénia ao público, um bocadinho descoordenados; pegamos no carro e siga, rumo a uma das esplanadas do costume. 
Estão cá as pessoas do costume, os risos do costume, as piadas do costume, os empregados do costume. E nós sentamo-nos, numa risota pegada a falar de coisas de criança, das quedas, das gaffes, das coisas que deixaram história, dignas de um filme de comédia.

São 3:00 da manhã, eu e a Liliana batemos na cama com dores de barriga de tanto rir.

L: Morenices, como nos faziam falta...
M: Ou serão modernices? Não me lembro de mais alguém jantar sushi a ver o mar, sentadas no Forte.
L: Whatever... Qualidade de vida. Obrigada.
M: Sleep tight meu bem. Obrigada eu.


Beijarolas e sorrisos,
Morena