domingo, 8 de julho de 2012

Criançada

É verdade que tenho uma paixão assolapada por criançada, por bebés e miúdos, por pequeninos sem preocupações, a não ser acordar para ver bonecos ao fim-de-semana, comer e xingar o juízo à malta.
É verdade que cá dentro há uma coisa gigante chamada relógio biológico que toca mais que as doze badaladas com 7 cucos a ajudar cada vez que vejo um espécime daqueles. Até me passo!
Também é verdade que sou nova, e muito consciente disso; logo, filhos? Ahahaha, nem planos, a não ser o prazo. Quero ter um rapazolas com 28, e uma menina linda, quando somar 33 primaveras vividas. Penso eu que até lá já terei escolhido o progenitor com base em 'x' características; assim como terei vivido tudo o que ainda me falta viver, errado tanto quanto possível até à data, viajado o que me apeteceu, experimentado tudo o que quiser; e acima de tudo, reunido condições para lhes dar o que se chama amor incondicional e livre de preocupações, incluindo as que mais me afligem, de estabilidade e finanças.
Por isso é verdade que para compensar o tempo que falta, afilhei 3 projectos de humanismo, com o máximo de gosto e orgulho. Não sou madrinha dos 3 pela igreja, visto que dois deles nem baptizados são, por opção dos pais, e eu cá, concordo. Limitam-se a ter uma infinidade de madrinhas e padrinhos, tios e tias babados, que lhes davam a lua se pudessem.
Dois deles estão infelizmente, longe de mim, marcam uma passagem e a certeza de ter que regressar a lugares onde vivi anteriormente. A terceira vai viver para a Alemanha não tarda, nem sei que pensar.


Impossível...


O mais velho, tem agora 5 anos. É o meu rapazola, o loiro de olhos verdes que arrebatará corações naquela cidade assim que crescer mais 7 ou 8 palmos. Está enorme; não o vejo há quase um ano, mas todos os meses pede à mãe (Grande amiga, foi mãe adolescente. Acompanhei a gravidez toda, fiz praticamente papel de pai em ecografias e análises. Uma lutadora nata.) para me ligar. Chorei da primeira vez em que me disse: As coisas eram diferentes quando estavas perto, sabes? Tenho saudades tuas, e a mãe também! Chorei pela vida, apertou-se-me o coração de uma maneira como nunca tinha apertado. Tinha saudades, tantas saudades deles... Tenho um fim-de-semana planeado em casa do meu puto e sua mãe, na cidade que me viu nascer, para breve. Vou morrer de mimos!

A do meio, a minha preciosidade, enorme também está. Tenho mais contacto com ela; os pais fazem o favor de nos visitar muitas vezes em Lisboa, matamos saudades uns dos outros, admiramos a cachopa a brincar, e lembramo-nos do dia em que ela me disse: Estou grávida, vais ser madrinha. Vivem em Évora, marca ela também a minha volta à cidade que viu a minha avó, mãe e tia nascer; e que anos imensos mais tarde, viu a passagem do meu irmão pela Universidade, e a minha, em modo escapatória. Olhos castanhos, alourada, esperta esperta esperta, e com uma capacidade social invejável, faz amiguinhos onde quer que pare mais de meia hora. 

A mais nova. 3 anos, olhos azuis como o céu em dia de Verão, loira aos caracóis, a cópia do nosso feitio. A minha avó, bisavó dela, diz que nos vê aos 3 (Eu, João e primo) nela, um bocadinho de cada um, ali, naquele meio metro de gente cheio de inteligência. Dá-me as maiores gargalhadas quando me vê. Todos os fins-de-semana corre para mim quando chego, rapta-me para a sala para brincar, e não me larga um segundo. Adora a tia nova, a Liliana, chama-lhe tia ou menina, a outra até se passa, quase derrete. 
Aqui há uns tempos, o excelentíssimo padrinho dela resolveu arranjar uma namorada, e dizer que a respectiva era a madrinha 2. Com isto, a miúda intrigada chega-se ao pé de mim, senta-me no sofá, senta-se ao meu colo e começa:



Miúda - Oh Mad'inha...
M - Diz amor... - A calcular plenamente que dali não viria coisa boa.
Miúda - O Pad'inho arranjou uma mad'inha dois a mim! Quando é que tu arranjas um pad'inho dois pa' eu também?! - Isto proferido com um ar desconfiado e sabedor, entre risos e paragens como se rir lhe fosse tirar seriedade. 
M - Vou esganar o teu padrinho.
(...)


Beijarolas e sorrisos,
Morena

2 comentários:

  1. Recordo-me da última vez que estive com o meu afilhado...
    Havia pedido "albergue" à mãe dele, por motivos de greve de transportes. Então, apareci perto dele, sem o avisar. Quando me viu, as duas perguntas imediatas foram: "vais ficar cá até quando?" e "podes-me levar à escola amanhã?".
    Só me ocorreu, naquele momento: "porra... É bom sermos queridos."

    De qualquer modo, acho que devias tratar de arranjar um pad'inho 2 à catraia. Acho importante que as crianças tenham equilíbrio na vida, e se tem 2 mad'inhas, deve ter 2 pad'inhos, pois então!
    E depois (e uma vez que estás a falar do aspecto "Morena"), logo podes pensar em fazer "Moreninhos" e "Moreninhas"... E passar preocupações de afilhados a outros, lol. Basta não te esqueceres: perdes os três ganchinhos do cabelo, não recebes a visita da tua amiga, e se demoras mais, vens mais tarde.

    Beijinhos a desconversar, Morena >.>

    ResponderEliminar
  2. Esse remate foi qualquer coisa, foi...
    Fazer moreninhos, e moreninhas. Really? Isso do fazer é ali c'a Jane... Ora.

    E depois, dirigindo e desconversando para a primeira parte do teu comentário... Os miúdos são de facto, do melhor do mundo. A sensação de sermos necessários aquela existência é qualquer coisa, de facto. E o puto, oh, adooora-te :P
    E depois, isto já desconversando para o fim, o pa'dinho dois há-de vir. Já o pa'dinho um, foi esganado, tal como tu estás a pedir para ser :b

    Beijarolas a desviar, Peacedweller :b

    ResponderEliminar

Conta-me histórias tu também !