Há uns dias estava sentada mais uma vez na esplanada amarela que me abriga tantas vezes, com a minha 'irmã'.
Understand me. |
Esta não é uma irmã qualquer. Não é minha irmã de sangue, não somos fruto do mesmo relacionamento; não temos o mesmo pai ou a mesma mãe. Mas somos irmãs, porque o coração assim o decidiu. Eu costumo dizer que somos gémeas, porque somos, de facto. Não somos parecidas ou coisa que tal, de todo - temos em comum uma única característica física, e é a cor do cabelo que pintamos da mesma cor e ao mesmo tempo, sem sabermos - mas somos iguais numa coisa chamada cérebro. Temos as mesmas opiniões, as mesmas ideias. Somos irmãs gémeas, porque de facto esta é a única pessoa que faça eu o que faça, me entende. Pode ter sido a pior decisão de sempre, mas ela percebe sempre o meu ponto, não me critica nem julga, apenas opina quando acha que já fui longe demais, e isto é mútuo. De feitios somos complementares, não iguais. Ela é calma, eu tenho milhares de unidades energéticas no corpo; ela é envergonhada, eu pouca vergonha tenho; ela é ponderada, eu sou rápida de decisão. Complementamo-nos e completamo-nos bastante bem. Há uns tempos, por adversidades da vida, veio morar comigo. Não sei a quem agradecer, mas agradeço todos os dias por tê-la debaixo da minha asa, finalmente fora de problemas e confusões (Q.B, que eu sou louca não é verdade... Risos). É verdade que a minha cama de corpo e meio fica mais apertada para as duas, que nos damos cotoveladas e murros involuntários. Mas também é verdade que sabe bem chegar a casa à meia noite, depois das aulas, e tê-la ali, a perguntar como correu o dia, a contar as peripécias que também ela viveu. É bom, 12 anos depois do meu irmão sair de casa, ter de novo uma IRMÃ.
Trust me. |
Mas continuando... Enquanto eu me perdia em balanças e factores produtivos, e cabeça nos livros, ela escrevia. Tem uma imaginação e um palavreado incomparável, escreve super bem, e muitas vezes me pôs a lágrima no canto do olhos quando me dedicou textinhos tontos. Não são tontos, são brutais. Deixou lá a folha arrancada do meu caderno e foi à sua vida. Antes de me ir embora, lembrei-me de ter visto imensas linhas escritas, fui cuscar. Este é um post de divulgação do texto dela, e resposta. Em casa, em cima da cama, ficou uma nota:
"Tens um recado para ti em
demasiadaspersonalidadesnumso.blogspot.com"
Liliana disse:
«E heis que um dia acordas e notas que tudo está diferente, sentes uma aura de esperança no ar, à tua volta e apercebes-te que no final de contas não estás sozinha, que nem toda a gente espera o teu fracasso, que ainda existem boas pessoas que acreditam que és capaz. Já não existe aquela premência insuportável de infidelidade e desespero. E a reviravolta que tudo deu. Uma turbulência de esperança nasce-te no estômago e alastra por todo o corpo, de dentro para fora, transformando-se em felicidade. A família que escolheste, ou melhor dizendo, que te escolheu, não é daquelas famílias em que são os laços de sangue que nos unem, laços esses que no meu caso não interessam e que se consomem como fogo, até desaparecerem por fim, laços vulneráveis... Não. A minha é daquelas verdadeiras, com laços de amizade que nunca se rompem; laços de todas as cores e com padrões fortes de lealdade e de amor.
Agora há que lutar por uma vida melhor, por uma vida que ninguém acreditava que pudesses conseguir ter, por uma vida que agora, os melhores acreditam que vais ter!
Ainda não é um final, mas é um meio. Um meio feliz!
Sempre. |
It's our world. Don't call it a mess just because you don't understand it |
:´D
ResponderEliminarNão te conheço de parte alguma e só recentemente comecei a seguir o teu blog e o motivo de o fazer é mesmo este...
Não te sei explicar o que sou ou que tipo de pessoa sou, o que posso dizer é que procuro esses laços, laços tão fortes que nada os possa partir.
Lembrando-me das amizades ou laços que se criam quando crianças que duram uma vida inteira por mais distantes que possamos estar.
Tenho muitos irmão de sangue e um em especial que não é do meu sangue, dividia todo o meu sangue com ele se assim precisasse.
Hoje vamos só os dois sair, como já aconteceu muitas vezes antes de ele partir para a Suiça, não vou dizer que somos iguais, só temos uma consciência aguçada para as coisas que nos rodeiam...
Peço desculpa, este é o teu blog e acabei por falar de mim :)
Quero-te agradecer por este bocado de leitura, de certo modo faz-me acreditar que ainda é possível criar laços fortes e que ainda existem pessoas que vale a pena conhecer..
Um abraço
Primeiro que tudo, ainda não agradeci por seres um dos meus seguidores. Poucos mas bons :)
EliminarSegundo, nada a desculpar. Este cantinho está disposto a receber muitas mais informações sobre ti.
Terceiro, existem. Existem menos do que deviam, mas laços destes ainda se encontram. Eu e a minha irmã não os conhecemos desde pequenas, mas conhecemos há tempo suficiente para que lhe tenha escrito que já leste. Já éramos crescidinhas o suficiente, e olha, aqui estamos nós :) Unidas por algo que ninguém sabe bem descrever.
Beijinho :)
Uau! É bom ver que há quem entenda o verdadeiro significado da amizade. Não é sair para bebedeiras, é dar colo e limpar lágrimas. És fantástica. Parabéns.
ResponderEliminarAmizade... Sair para bebedeiras está incluído aqui! (Risos). Mas é verdade, dar colo e limpar lágrimas é muito mais o que faz parte deste laço.
EliminarFantástica és tu também. Obrigada :)
A forma como se infere a amizade que têm e o que tens e és capaz de dar, fundamentalmente mostram o que és e o enorme universo que há dentro de ti. É uma felicidade registar como pode haver uma tão pura amizade e vislumbrar o infinito dentro de ti e o que se ganha com o privilégio da partilha de ti e contigo.
ResponderEliminarWhack Attack
Obrigada pelas palavras. E de facto, há todo um universo aqui dentro, ou não teria mais se 6 personalidadezinhas focadas aqui :)
EliminarE esta amizade... Sim, é daquelas que move mundos e fundos. Ainda existem! O que se ganha, ainda não sei bem, mas espero que coisa boa seja... Once again, obrigada :) *