terça-feira, 3 de julho de 2012

Morenices. Ou modernices?

Chegou o início do mês. It's sushi time!

Sexta-feira, depois de mais uma manhã super inspirada na esplanada, com a cabeça enfiada entre Microsoft Word, Googl'asking e três enciclopédias gigantes em cima da mesa amarela do costume, percebi - Último dia útil do mês, haja dinheiro na conta bancária que agora mal o vê, desaparece.
Pois bem, era dia 29! E o dinheiro não era muito, mas era. E como prometido, liguei à mana para a informar.
Liliana: Sim, biotch linda?
Mafalda: Parvalhona, já recebi. Amanhã vamos jantar ao sushi?
Liliana: (em pleno ataque de histeria) 'bora, 'bora, 'bora, 'bora! Vou já avisar o Pê - my dear cunhas - que amanhã janto fora; fala com a Ná.
Mafalda: Combinado. Falo com ela nas aulas. Saímos ás 10, não te esqueças. Love you.
Liliana: Love you dois.
Mafalda: -.-'


Eram 20:30 quando entrámos no sushi. Optámos pelo take-away - este sábado tínhamos em mente um plano diferente de restaurante. Lindas e maravilhosas as três, super arranjadas, de vestido preto (coincidência), levamos cada uma uma travessa de sushi, e acabámos a jantar, com uma garrafa de sangria fresca para regar, à beira do Forte S. Julião da Barra a ver o pôr do sol. Se há momentos de inspiração são estes, agradeço todos os dias por ter vindo parar a morar aqui, depois de percorrer metade do país, género nómada.
Trocados os bitaites obrigatórios, as opiniões, falámos de tudo o que faltava contar e comentar.
Problemas de amor, dinheiro, saúde, família, parvoíces, frustrações; o balanço semanal, a contabilização de must do, must repeat, must correct, must (...). 
Planeamos o Verão, a passagem de ano, os aniversários das manas em Fevereiro, os festivais a que queremos voltar, a roupa que queremos comprar, a viagem obrigatória a fazer este ano, nem que seja ali ao meu lindo alentejo; Uma infinidade de coisas.
Depois, como que se uma consciência, uma noção, uma iluminação nos atingisse, paramos as três a olhar o horizonte. O mar calmo e quieto, as gaivotas a passear, a sorte que temos de estar aqui, com ou sem dinheiro, com ou sem problemas. Todas nós já vimos e estivemos muito pior. Agradecíamos a companhia, a paisagem, o sushi de que tínhamos imensas saudades. Limpámos as mentes - este foi um momento auge do fim-de-semana.




Sushi jantado, sangria bebida, cigarro fumado, fotografias tiradas para registar o momento. 

'Vamos embora, o concerto vai começar'

E aí vão elas. Concerto, malta toda reunida; uns tipos geniais musicalmente sobem ao palco. São imensos gajos, metade eles muito engraçados, tocam um género próprio de Kings Of Convenience, muito calmo, bonito. Mais tarde deixo ali ao lado uma músiquinha deles »»

Eram 00:30 quando eles se baixam em jeito de vénia ao público, um bocadinho descoordenados; pegamos no carro e siga, rumo a uma das esplanadas do costume. 
Estão cá as pessoas do costume, os risos do costume, as piadas do costume, os empregados do costume. E nós sentamo-nos, numa risota pegada a falar de coisas de criança, das quedas, das gaffes, das coisas que deixaram história, dignas de um filme de comédia.

São 3:00 da manhã, eu e a Liliana batemos na cama com dores de barriga de tanto rir.

L: Morenices, como nos faziam falta...
M: Ou serão modernices? Não me lembro de mais alguém jantar sushi a ver o mar, sentadas no Forte.
L: Whatever... Qualidade de vida. Obrigada.
M: Sleep tight meu bem. Obrigada eu.


Beijarolas e sorrisos,
Morena

1 comentário:

  1. "Estão cá as pessoas do costume, os risos do costume, as piadas do costume, os empregados do costume."
    Não te apercebes? Essa noite, esses gracejos, essa comunhão, esse sushi, esse pôr-do-sol... Referes-te a um lar. Não no sentido de dormires lá, claro. Mas no sentido de ser o sítio (neste caso, as coisas) onde regressas. Lar, não é só o sítio onde penduramos o chapéu. É todo o ecossistema onde vivemos. Tal qual como tudo "o do costume". :-)
    Saudações, Morena.

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